Morri em casa
cheia de insetos
e plantas perdidas,
Um sofá velho
minha arma carregada
Um Old-Eight de golada
para não sentir nada,
sem dizer adeus à ninguém.
Já era tempo, quis ir embora
Odiava as pessoas me cercando
me olhando e dizendo tantas coisas,
Parecia que elas queriam uma voz
e que eu fazia isso, mas que loucura...
O cigarro apagou
no momento que meu sangue
escorreu pelo chão fétido,
Os insetos queriam mais
e mais e mais e mais e mais...
Morri em casa, sem alarde
deixei meu pesadelo de lado
e quando acabou tudo,
me senti em paz...
MORRI...
Quando cheguei lá
naquele lugar,
Vi nada, estava escuro
Um monte de vozes
gritavam cânticos escândalos
como se fossem mantras mal escritos.
O escuro era claro demais para a minha alma,
E as vozes insistiam naquela repetição maquinada:
"CALEM CALEM POR FAVOR!!! PELO AMOR DE DEUS CALEM"
e riram de mim: "DEUS NÃO ESTÁ AQUI! VOCÊ O PERDEU!!!"
Pensei: "Deus, onde estou? será que te perdi?"
e comecei a rezar, rezar, rezar, rezar, rezar...
Gritei: "Onde você está? Por que não me responde?"
Um silêncio se fez...
Era tarde demais!
Tarde demais...
T
a
r
d
e
D
e
m
a
i
s
.
.
.
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